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e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Amar!

Amar o outro, todo outro, gratuitamente. Como poderíamos excluir alguém por Amor? Isso seria uma contradição nos termos e uma incompreensão da missão que nos foi confiada. O Amor não é reciprocidade: é continuidade, fecundidade e gratuidade.
Deus se define com uma só palavra: amor. Que bela definição de Deus dada por São João. Tudo começa aí... Deus primeiramente ama; Ele é o fundamento de todo o Amor. O nosso se origina nele. Nós não existimos por nada! Por causa de Deus, nós somos capazes de nos tornar, nós também, todo Amor: “E o amor consiste nisso: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou” (1 Jo 4,10). O Amor de Deus se manifesta por Cristo: “Nisto se tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único a este mundo, para dar-nos a vida por meio dele” (1 Jo 4,9). São João nos faz ver também quem nós somos e quem é Deus: “Todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4,7)
O Amor de Deus manifestado em Cristo não é primeiramente reciprocidade. Jesus não diz: Amem-me como eu amei vocês. Ele diz: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 15,12). O que quer dizer que nós devemos amar ao outro não para que ele nos ame, mas para que, por sua vez, ele possa amar mais alguém. Assim, o Amor não se merece, não se compra, não se ganha. O Amor se recebe para ser dado gratuitamente: “Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça” (Jo 15,16). Não é um amor recíproco, interessado, mas sim um Amor gratuito, fecundo, que não cessa de crescer e de aumentar.
Santo Agostinho, no século IV, tinha compreendido isso. Ele distinguia três graus no ato de amor. Primeiro grau: “Amar ser amado”. É o grau mais baixo. Quem não gosta disso? Precisaríamos ser marionetes para pretender o contrário. Estamos todos incluídos nisso. É o amor narcisista. Segundo grau: “Amar amar”. É gostar de amar os outros. Nós esquecemos um pouco de nós mesmos; tornamo-nos generosos, altruístas. Fazemos a nossa boa ação, nos preocupamos com os outros, mas isso é gratificante, de maneira que um excesso nessa forma de amar pode se converter, às vezes, em uma forma megalômana de amor de si próprio. Terceiro grau: “Amar!”. Só isso. Amar simplesmente, amar o outro por ele mesmo, não para lhe fazer bem nem para fazer crescer as nossas virtudes... Não! Amar sem esperar nenhum retorno. Não amamos para... alguém ou algo. Amamos e ponto. Só isso. É o topo da gratuidade. É o fruto que devemos dar como cristãos e que permanece.

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