Este espaço contém reflexões que gerem esperança. Humanizar relações
e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Romaria de Nossa Senhora Conquistadora

Com o lema: “Maria, de pé, junto à cruz dos sofredores”, acontece neste domingo, dia 30 de setembro, em Bagé, a 38ª Romaria Diocesana de Nossa Senhora Conquistadora.

No horizonte da Campanha da Fraternidade deste ano, a fraternidade e a saúde pública, e a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro no próximo ano (em julho) e a visita da Cruz e do Ícone da Jornada, que estão passando por todas as Dioceses do nosso país e chegarão novembro próximo na nossa de Bagé, a romaria vai nos apontar para a Cruz de Cristo e para as nossas cruzes.
Quando nos colocamos em oração, traçamos em nós o Sinal da Cruz. Esse sinal mostra a importância da Cruz na vida dos cristãos. A cruz, que nos tempos antigos era uma forma terrível de condenação à morte, destinada aos mais perigosos bandidos e opositores do poder constituído do Império Romano. Jesus foi condenado à morte de cruz e, a partir dele, mudou-se o sentido desse sinal: a cruz tornou-se o meio pelo qual toda a humanidade de todos os tempos e lugares encontrou a Salvação e a Vida. Na cruz de Cristo, todas as dores da humanidade estavam presentes e todos os pecados do mundo foram remidos, pois foram por Ele assumidos.
Um dos momentos mais marcantes da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo foi protagonizado pela presença de sua Mãe aos pés da Cruz. João nos narra em seu Evangelho que “junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe”. Este texto nos coloca diante de uma presença amorosa, cuidadora e solidária. Enquanto os discípulos fugiam assustados com toda a situação terrível que estavam vivendo, Maria, com algumas outras mulheres e apenas o jovem João, permanecia aos pés da Cruz de seu Filho. O amor pelo Filho era imensamente superior a qualquer medo. O seu coração transpassado pela dor estava igualmente marcado pela total alteridade de quem pensa no outro mais do que nas suas próprias dores. Para Maria, a dor do seu Filho era maior do que a sua própria dor, pois ela estava ali, participando de todo o Mistério da Cruz.



terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Igreja e a Revolução Farroupilha

            O movimento revolucionário que durou dez anos, no Rio Grande do Sul, chamado de Revolução Farroupilha, como na Revolução de Pernambuco, em 1817, a Confederação do Equador, em 1824, o Levante de Sorocaba, em 1842, boa parte do clero, identificado com as ideias de grandes setores da população, tomou parte relevante na insurreição gaúcha.
            Segundo o historiador Pe. Arlindo Rubert, a atuação de alguns padres foi decisiva. Era, aliás, uma constante tradição. Da invasão holandesa à inconfidência, contou-se sempre com a valiosa e positiva ação do clero. Naturalmente, os leigos católicos formavam o maior contingente em todas as insurreições políticas. Assim, grandes faixas da Igreja aderiram à revolução farroupilha e levaram adiante o movimento com decisão e tenacidade até os limites das possibilidades.
            Não se sabe com certeza quantos padres aderiram. Alguns ficaram fiéis ao Império e se ausentaram das paróquias no período que durou o movimento farrapo. Mas outros foram de fundamental importância, como o Pe. Juliano de Faria Lobato, primo-irmão de Bento Gonçalves.  Em 1835 é eleito deputado e 2º. Secretário do Conselho Geral da Província. Com o Pe. Chagas foi diretor e redator do jornal O Compilador.
            Ao lado do Pe. Juliano, temos o Pe. Hildebrando de Freitas Pedrosa, gaúcho, que nunca escondeu sua adesão ao novo estado de coisas. Ocupou cargos importantes. Quando era Vigário da Matriz de São Sebastião, em Bagé, em 1842, foi eleito deputado à Assembleia Geral Legislativa de Alegrete, terceira e última capital farrapa. Como era bom desenhista, foi o autor do brasão de armas da República Riograndense.
            Outro expoente foi o Pe. Francisco das Chagas Martins Avila e Sousa, gaúcho, inteligente e irrequieto. Em 1934 tomou assento como deputado da Assembleia Legislativa da Província. Assumiu a causa dos farrapos de corpo e alma. Foi perseguido pelos legalistas e chegou a ser o “Vigário Apostólico” da República, já que o nosso Estado não era ainda Diocese.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

            A Jornada Mundial da Juventude é um evento da Igreja Católica para os jovens de todo o mundo. Ela os reúne para celebrar e aprender a fé católica e construir pontes de amizade e esperança entre continentes, povos e culturas. É uma festa da alegria. Seu principal objetivo é fazer a pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem para que Ele possa ser o ponto de referência e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso das novas gerações.
            Elas não concorrem com as pastorais da juventude, os movimentos ou grupos jovens, mas são um tempo especial para uma vivência cada vez mais profunda na intimidade com Cristo e no amor pela humanidade.
            Os símbolos da JMJ são uma cruz e um ícone (quadro) de Nossa Senhora. Esses símbolos, desde 1985, estão percorrendo o mundo pelas mãos dos jovens. De 08 a 10 de novembro, eles estarão em nossa Diocese de Bagé. No dia 08/11, em Pinheiro Machado e Bagé, no dia 209/11, em Dom Pedrito e Santana do Livramento e no dia 10 estarão em Rosário do Sul. Dali seguem para Santa Maria, onde à tarde acontecerá o grande show Bote Fé, com a presença de cantores católicos do Estado e do País, como Rosa de Saron, Dominus, Quaerite, Grecco, Paz e Mel... É de fundamental importância que os jovens de nossa Diocese e do Brasil assumam desde agora esse chamado à missão e participem da JMJ como testemunhas vivas de Cristo!
            A JMJ acontecerá de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro, sendo que na semana anterior, de 14 a 20, será a Pré-Jornada, esta ocorrendo em todas as Dioceses do Brasil, quando os jovens que vierem para a JMJ, oriundos de outros países, ficarão uma semana nas cidades que se candidatarem. E a nossa Dom Pedrito é uma das candidatas a receber alguns destes jovens.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

As escolhas da vida

A nossa vida depende muito das escolhas que fizermos. Nem sempre é fácil escolher quando nos deparamos, nas estradas da vida, com muitas encruzilhadas. Devemos escolher uma estrada e deixar outra. Ou outras...
Nestes momentos é importante o testemunho seguro de alguém que sabe o que quer. Lembro ter escutado uma entrevista com uma artista da televisão, onde ela afirmava: “eu sou católica, batizei minha filha na Igreja, mas quando ela crescer, ela irá escolher a sua religião”. Certo ou errado? Será que essa mãe deixará a filha crescer para ver se ela quer comer e estudar?
Todos os dias somos desafiados a construir a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda... E todos os dias somos convidados por Jesus a nossa existência sobre valores do amor, do serviço, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho... Há momentos em que devemos fazer também a nossa escolha. As Sagradas Escrituras usam muito a pedagogia dos dois caminhos. O primeiro Salmo da Bíblia fala disso, Jeremias e Jesus no Evangelho igualmente.
Cristão é aquele que escolhe Cristo e seu projeto de vida. E o segue! Para isso deve ser educado no pensamento de Cristo, ver a história como Ele, julgar a vida como Ele, escolher e amar como Ele, esperar como Ele ensina, viver nEle a comunhão com o Pai e o Espírito Santo.
Na vida cristã, o que importa é a decisão firme, perseverante, por esta causa e por este caminho. Escolha que nem sempre traz facilidades e popularidade. Não podemos “arregar” de seguir o evangelho e aceitar suas exigências. Seguir por este caminho é uma opção (escolha) nossa. E quem põe a mão no arado, não pode olhar para trás. Deve seguir em frente, com firmeza e coragem!



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A espiritualidade em nossa vida



Um dia, durante um retiro, o assessor disse para nós: “Quem não reza, vira bicho! Pode ser jovem ou adulto, padre ou religiosa, leigo ou consagrado!” Nunca mais me esqueci disso. E sempre repito esta frase quando quero falar de oração e de espiritualidade.
Na vida e na correria da mesma, existe o perigo do ativismo, do corre-corre, às vezes até porque a necessidade nos obriga a isso. E como ninguém pode dar o que não tem, é preciso sempre buscar de novo, reabastecer-se de novo. É preciso fortalecer o que se enfraqueceu, encher o que se esvaziou.
Nossas atividades, mesmo intensas, não podem prejudicar ou negar a nossa vida espiritual. O que prejudica é o comodismo, ou um dos sete pecados capitais = a preguiça. Nossa vida deve ser organizada de maneira tal que tenhamos tempo para tudo. Também para nos abastecer.
Um dos graves problemas de nossa vida, também da espiritualidade, é a superficialidade, o ficar só na casa, na superfície e não mergulhar, “de corpo e alma”, na vida. As atividades, a família, até mesmo o lazer, não nos devem empobrecer ou prejudicar espiritualmente, mas animar e revigorar.
Na literatura mística se diz que é preciso ver o Senhor tanto no trabalho e na profissão quanto na oração e no recolhimento. E isso nos dá um rumo na vida, nos faz ver com outros olhos (os olhos da fé), nos faz encarar a vida e as situações que ela nos apresenta de outro modo.
Uma pessoa que reza e que abastece sua fé é uma pessoa bem espiritualizada e bem resolvida, que transpira Deus, e não só fala de Deus. Rezar e trabalhar pode ser sempre a mesma repetição de atos, fatos, palavras e ritos. Mas ser fizermos isso com o objetivo de servir o Senhor, doarmo-nos ao Senhor, então será sempre prazeroso de novo.
É preciso refazer, diuturnamente, nossa vida e nossas opções. Só assim serviremos com alegria e viveremos felizes.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Semana da Família

Semana da Família

Estamos vivendo a Semana da Família, em todo o Brasil. “A família sempre foi, é, e continuará sendo o principal núcleo afetivo de qualquer ser humano”, diz o escritor Içami Tiba. Nela constroem-se valores, experimenta-se o amor sem medida. Nada e ninguém vão substituir a família. Só a família pode ocupar o seu espaço e o seu papel.
A família é a primeira e fundamental expressão da natureza social do ser humano, realmente uma comunidade de pessoas, para quem o modo próprio de existir e viver é a comunhão de pessoas.
Qual o modelo ideal de família? A sociedade mudou muito. O mundo está em crise, que atinge todos os setores: religiões, política, partidos, educação, sindicatos e, naturalmente, também a família. As próprias novelas revelam isso, nas “avenidas brasis” da vida... Ali se escancaram modelos de família que não se devem imitar.
Vivemos num modelo de sociedade onde o consumo é hiper-incentivado. Para quê? Para gerar renda, para trocar... É a sociedade do descartável: estragou? Joga-se fora e troca-se por outro novo. Isso se reflete também nas relações humanas.
Outro dia circulou no Facebook uma charge que mostrava um casal completando sessenta e cinco anos de casados. E os netos, admirados, perguntavam: - Como é que vocês conseguiram esta proeza? E eles responderam: - Somos do tempo em que, quando alguma coisa estragava, a gente consertava...
Precisamos valorizar a família, espiritualizá-la, cultivar os seus valores. Precisamos ter mais tempo para estar com: com os filhos, com os pais, com o seu cônjuge. Que tenhamos tempo para conversar, brincar, rezar. E lembremos: se a família vai bem, o mundo irá bem e tudo será melhor.

Motoristas, agricultores e avós

Esta semana nosso olhar quer se voltar para três classes de pessoas importantes em nossa sociedade e família.
Nesta quarta-feira, dia 25, comemoramos a festa de São Cristóvão, escolhido como padroeiro dos motoristas e protetor daqueles que estão no volante. Nosso olhar lembra a necessidade da prudência nas estradas. Só neste último final de semana mais de vinte pessoas morreram em acidentes automobilísticos. Sabemos que a maioria deles é ou por imprudência no volante ou por problemas de álcool e drogas. Portanto, passíveis de serem evitados. Por outro lado, louvamos por tantos e tantas que, no volante e no trânsito, são cuidadosos e responsáveis, que, felizmente, são a maioria.
Como filho de imigrante alemão, quero lembrar e parabenizar todos os imigrantes e agricultores. No dia 25 de julho de 1825, chegaram a São Leopoldo os primeiro colonos alemães, que vinham ao país para gradativamente ir substituindo a mão de obra escrava e produzir alimentos. Foram milhares de famílias que aqui chegaram. Primeiro os alemães. A partir de 1875 foram os italianos, depois os poloneses, ucranianos, franceses, japoneses e muitas outras etnias. É preciso lembrar e valorizar esta gente que forjou nosso estado como um dos mais desenvolvidos do País. Lembrar da importância do trabalho dos que vivem ou trabalham na produção de alimentos. Sempre lembro de uma frase que li e ouvi numa manifestação de agricultores por melhores condições: “Se o colono não planta, o homem da cidade não janta!”
E o nosso olhar se volta, com carinho e respeito aos nossos avós. Dia 25 de julho é o dia de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, avós de Jesus. Dizem que ser avô e avó é ser pai e mãe com açúcar. Verdade, pois eles têm a experiência da vida, a juventude acumulada, o tempo disponível que não tiveram quando tinham seus filhos e que agora têm.
Parabéns! Muitas bênçãos! Que Deus abençoe a todos e a todas!