Este espaço contém reflexões que gerem esperança. Humanizar relações
e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As mãos são as portas do coração

----------Existe um provérbio que diz que os olhos são as janelas da alma. E podemos dizer que as mãos são as portas do coração. Na novena de Nossa Senhora Aparecida, que reproduzimos e realizamos na Comunidade Santa Maria, tratamos deste tema.
----------Nas mãos de Maria nós confiamos, elas nos conduzem para o coração de Deus. Daí o nosso lema: “Pelas mãos de Maria encontramos Jesus”.
1. Mãos que acolhem - as mãos podem acolher, com um aperto de mão, um abraço, um aceno, um gesto... Ou podem despedir, da mesma maneira. Deus nos acolhe todos os dias em seu amor e em sua misericórdia. Deus sempre nos estende a mão, como um Pai que quer nos acolher.
2. Mãos que educam – é grande o esforço dos educadores em desenvolver o ser humano, no respeito a sua dignidade e no relacionamento com o outro. De outra parte, porém, vemos muitas fragmentações ferindo a vida das pessoas. Certamente, aprendemos do Evangelho e de Nossa Senhora que a educação passa pelo acolhimento, pela ternura e pelo amor misericordioso. Deus nos educa em seu amor.
3. Mãos solidárias – solidariedade é um novo conceito cristão, pois o próprio Cristo foi solidário com nossa humanidade. Solidariedade é sinônimo de amor cristão. A corrupção, a má política, o jogo de interesses são oposições visíveis a nós, que impedem, de fato, que sejamos irmãos de verdade. Solidariedade é fazer-se irmão, como fez o bom samaritano, como fez o próprio Jesus.
4. Mãos que rezam – “quem ora, melhora”, nos diz o Padre Zezinho, na introdução da canção “Oração Pela Família”. Mãos que rezam são mãos desarmadas. Quem ama reconhece que só na intimidade do Senhor pode manter-se no amor. A oração nos conduz à intimidade do Deus da vida. Mãos que rezam são as daqueles que compreendem os sinais de Deus na história dos homens e das mulheres em nossos dias.
5. Mãos que curam – são mãos que amam, que praticam o bem, que apontam caminhos, que seguram forte a mão do outro e o chamam para a vida. O Evangelho de Jesus está carregado desse ensinamento. “Só o estulto não percebe isso!” É preciso redescobrir a força das mãos que geram a dignidade e combater as que manejam armas e injustiças.
6. Mãos protetoras – Deus estende as mãos sobre o universo e nos protege. A atitude cristã autêntica protege a criança abandonada e violentada e m sua fragilidade, o jovem escravizado por falsos líderes e falsas propostas de felicidade, as famílias desestruturadas em sua vocação... Proteger significa opor-se ao que fere e re-erguer o que está caído à beira do caminho.
7. Mãos que abençoam – a bênção sempre nos deixa impressionados, pois é Deus quem nos abençoa. Ele penetra o mais íntimo de nosso ser e nos resgata para a vida. Deixar-se tocar por um ministro da bênção é deixar-se tocar pelo próprio Deus. Querer a bênção é reconhecer o quanto necessitamos de Deus e quão grande é nossa fragilidade. Pedir a bênção é abraçar a imensidão do Deus que ama.
8. Mãos que oferecem – a mãe oferece suas mãos para proteger e dar sua ternura a seu filho. A mão generosa se estende para repartir o pão. A mão solidária re-ergue os que jazem inertes na vida. Mãos que oferecem são mãos que reavivam o coração daqueles que sabem que só o amor partilha, realiza e fecunda de sentido nossa existência. Mãos que se fecham são egoístas e não descobrem a liberdade contida na generosidade.
9. Mãos pacificadoras – a paz é fruto da justiça, ensina-nos o profeta Isaías (Is 32,17), repetido na Campanha da Fraternidade 2009. Há inescrupulosos entre nós. Pouco se importam com a justiça, desde que prevaleçam seus interesses. Há corrupção presente em pequenas e grandes atitudes. Há manobras que favorecem os já favorecidos. Há mentiras que procuram nos impor. Há corrupção ferindo a ética e a cidadania. Mas a justiça triunfará e com ela virá a paz, pois são verdades do Reino.
-----------Benditas as mãos que semeiam a paz!

domingo, 23 de agosto de 2009

Jeitinho brasileiro ou ética?


............Vivemos uma época em que cada vez mais a “Lei de Gérson” (levar vantagem em tudo, certo?) vem sendo colocada em prática.
............Vivemos numa época em que se critica muito os erros dos outros, apontam-se dedos, fazem-se denúncias, lapidam-se pessoas, jogam no inferno tantos e tantas. Isso em todos os campos. Porém, nem sempre somos tão coerentes, honestos, coerentes e transparentes.
............Outro dia recebi um e-mail, que quero aqui reproduzir, para nossa reflexão desta semana.

O brasileiro é assim...
- “Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
- Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
- Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
- Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
- Fala no celular enquanto dirige.
- Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
- Para em filas duplas, triplas em frente as escolas.
- Viola a lei do silêncio.
- Dirige após consumir bebida alcoólica.
- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
- Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
- Faz gato de luz, de água e de TV a cabo.
- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.
- Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota de 20.
- Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
- Compra produto piratas com a plena consciência de que são piratas.
- Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
- Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
- Freqüenta os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo de bicho.
- Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
- Comercializa os vales transportes e vale refeição que recebe das empresas onde trabalha.
- Falsifica tudo, tudo mesmo.. só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado...
- Quando volta do exterior, nunca fala a verdade quando o policial pergunta o que traz na bagagem...
- Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
............E querem que os políticos sejam honestos... se escandalizam com a farra das passagens aéreas... Estes políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo... ou não? Eles são esse mesmo povo! Estão legislando e executando o que aprenderam antes de se eleger...”
............É nossa missão, como cidadãos e como cristãos, buscar a coerência, praticar a honestidade, ser coerente e não duas caras, acreditar que o mundo será melhor quando nós formos melhores.
............Acreditemos nisso, e não deixemos a esperança morrer em nós!
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Diocese de Uruguaiana:99 anos

..........A Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, nos seus 150 anosde existência, pertenceu a três dioceses: de 1859 a 1910:diocese de Porto Alegre; de 1910 a 1960: diocese deUruguaiana; de 1960 até hoje à diocese de Bagé. N o dia 15 de agosto de 1910, o Papa Pio X, com a Bula"Praedescessorum Nostrorum", criou a Arquidiocese de portoAlegre e as Dioceses sufragâneas de Pelotas, Santa Maria eUruguaiana, na festa da Assunção de Nossa Senhora. Oterritório da Diocese de Uruguaiana foi constituído pelasseguintes Paróquias: Uruguaiana, Quaraí, Itaqui, São Borja,Alegrete, Santiago do Boqueirão, São Francisco de Assis,Santana do Livramento, São Gabriel, São Luiz Gonzaga, Passo doRosário, Dom Pedrito e as Colônias Ijuí, Guarani e Serro Azul. O primeiro bispo de Uruguaiana foi o nordestino D. HermetoJosé Pinheiro, que várias vezes visitou esta Paróquia, sendo aprimeira em novembro de 1912. A segunda visita que temosregistro foi entre os dias 21 e 26 de março, quando realizou207 crismas. A terceira foi entre 14 e 18 de março de 1919,com 378 crismas. A quarta visita pastoral foi entre os dias 3e 9 de outubro de 1924, com 557 crismas. A quinta visitaocorreu entre os dias 2 a 7 de março de 1928, quando realizou555 confirmações. A sexta visita pastoral aconteceu em 1931, onde ele deixaregistrado o seguinte: "No dia cinco de maio de mil novecentose trinta e um, tendo como secretário o diácono Adolpho Gallas,chegamos a esta cidade de Dom Pedrito em visita pastoral.Fomos recebidos festivamente. Neste mesmo dia fizemos entradasolene na Matriz, conforme o cerimonial litúrgico; depois debreve saudação ao povo e declaração dos fins da visita,anunciamos a abertura desta. Demoramos na cidade até o dia 13,seguindo então para S. Sebastião. Encontramos a Matrizremodelada e espaçosa, e feita com gosto, apesar da exiguidadedos recursos empregados. Fizemos a bênção da igreja, que tempor titular Nossa Senhora do Patrocínio. A Matriz possui asalfaias necessárias ao culto. Mandamos que o sacrário sejaforrado de seda branca por dentro ou dourado e que a capelabatismal, depois de feito o piso de mosaico da igreja, sejadesta isolado por um gradil. Louvamos os esforços do Rvmo. P.Cláudio Braconnay e os da Comissão de senhores e senhoras paraa construção da igreja Matriz. Notamos mais animada a vidareligiosa do povo.
Durante a visita houve na Matriz 683confirmações; 200 confissões; 535 comunhões; 3 casamentoslegitimados e 8 instruções. Ao encerrar este termo, pedimoshumildemente a Deus Pai, Filho e Espírito Santo favoreça oshabitantes desta paróquia com abundância de graças. DomPedrito, 12 de maio de 1931." A sétima vista pastoral aconteceu em 1935, entre os dias 13 e19 de março, com 624 crismas.
Pela oitava vez esteve aqui em1938, em outubro, entre os dias 7 e 11, quando realizou 827crismas. E sua última visita, a nona, foi em 1941, entre osdias 21 e 27 de agosto, com 833 confirmações. Dom HermetoJosé Pinheiro morre no dia 3 de novembro de 1941, e ésepultado na cripta da Catedral de Uruguaiana. Como se vê, apesar das dificuldades de distância e locomoção,Dom Hermeto foi um bispo sempre presente nas Paróquias de suaDiocese, como bom pastor que vai ao encontro de suas ovelhas.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Proteja e valorize a família


..........Certa vez, numa viagem à Capital do Estado, ao embarcar no ônibus ia à minha frente um casal, com uma criança de uns cinco anos. Ao dar a partida, vi o menino fazer o sinal da cruz e rezar. Não consegui ouvir suas palavras, mas ouvi claramente o “Amém”. Perguntei-lhe: “onde você aprendeu a rezar?” O pequeno, irradiando saúde e confiança: “Em casa”.
..........A família é o santuário da vida. Os pais são os primeiros catequistas. É bom lembrar isto nesta segunda semana de agosto, quando celebramos a Semana da Família. Esse ano o tema é: “Família, Igreja doméstica, caminho para o discipulado”, e o lema: “Proteja e valorize a família”.
..........Bem disse Bento XVI em Aparecida: “A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos”. E no discurso de inauguração da Conferência de Aparecida, o Papa alemão proclamou solenemente: “A família, patrimônio da humanidade, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos”.
..........Por que a família se chama “Igreja Doméstica”? Em Aparecida (maio de 2007), os bispos do continente explicam: Agradecemos a Cristo que nos revela que “Deus é amor” e vive em si mesmo um mistério pessoal de amor e, optando por viver em família em meio a nós, a eleva à dignidade de “Igreja Doméstica”.
..........Foi neste contexto que João Paulo II sugeriu que nos mistérios luminosos do terço, o segundo mistério contemplasse como Jesus se revelou a si mesmo no casamento de Caná da Galiléia. Fez ali, a pedido da Mãe, seu primeiro milagre. O apóstolo João observa: “Em Caná da Galiléia Jesus fez este primeiro sinal, manifestou sua glória e os discípulos creram nele” (Jo 2, 11-14).
..........É ainda Bento XVI que descreve a família no mundo atual, enquanto ora por ela: “Ficai em nossas famílias, iluminai-as em suas dúvidas, sustentai-as em suas dificuldades, consolai-as em seus sofrimentos e na fadiga de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza”.
..........No subsídio distribuído pela Pastoral Familiar do Rio Grande do Sul, três reflexões são feitas para todos nós:
...............§ Família, fundamento de amor;
...............§ Família que reza unida, permanece unida;
...............§ Segure a mão de seu filho.Deus ama nossas famílias, apesar de tantas feridas e divisões. Deus proteja e abençoe nossas famílias. Saibamos também nós protegê-las e valorizá-las.



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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

São João Maria Batista Vianney


.......... Este ano de 2009 marcar para nós dois sesquicentenários. Um é o da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio. Outro é da morte de João Maria Batista Vianney, o padroeiro dos padres. É por isso que o Papa Bento XVI declarou o Ano Sacerdotal, que iniciou em junho e vai até 2010.
..........Vianney se tornou o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ele nasceu em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de frequentar a Igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.
..........Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia uma escola, que frequentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional. Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução.
..........Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto, era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo. Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Porém, para Deus, ele era um homem extraordinário e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.
..........Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário na cidade de Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava vazia e as tabernas lotadas.
..........Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu". ..........
..........Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.
..........Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.
..........Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.
..........A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. ..........Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que para isto tivessem de esperavam horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações. O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.


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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ecologia e Missão


............Encerrou no sábado, dia 25 de julho, o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil, em Porto Velho, Rondônia, no pé da Amazônia.
............O tema discutido foi a ecologia e a missão. Tudo a ver com a região Amazônica, mas também tudo a ver com a nossa realidade atual, de mudanças climáticas tão profundas e dentro dos compromissos assumidos na Conferência de Aparecida, onde se pede aos cristãos assumirem o seu ser cristão como uma postura de discípulos-missionários, sendo testemunhas vivas do Evangelho de Jesus Cristo.
............Foram 3.010 delegados, aos quais se somaram convidados, equipes de serviço, imprensa e famílias que acolheram os participantes, ultrapassando cinco mil pessoas envolvidas neste Intereclesial. Dos delegados de quase todas as 272 dioceses do Brasil, 2.174 são leigos, sendo 1.234 mulheres e 940 homens; 197 religiosas, 41 religiosos irmãos, 331 presbíteros e 56 bispos, dentre os quais um da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, além de pastores, pastoras e fiéis dessa Igreja, da Igreja Metodista, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e da Igreja Unida de Cristo do Japão. O caráter pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico da Assembléia encontra-se espelhado no rosto das 38 nações indígenas ali presentes e no de irmãos e irmãs de nove países da América Latina e do Caribe, de cinco da Europa, de um da África, de outro da Ásia e da América do Norte. Ressalte-se a presença marcante da juventude de todo o Brasil por meio de suas várias organizações.
............As Comunidades Eclesiais nos trazem o grito de que nossas Igrejas também devem ser Ecológicas. Leonardo Boff, um dos assessores, alertava para que a partir de agora o “E” da sigla CEBs deve ser não só Eclesial, mas também Ecológica, ou seja, Comunidades Eclesiais e Ecológicas de Base.
............Na meditação sobre o Evangelho da multiplicação dos pães, podemos tirar três conclusões para nossa prática cristã e cidadã:
...............1 – Organização: Jesus não realiza um simples assistencialismo para saciar a fome da multidão. Pede aos seus discípulos-missionários, os apóstolos, que façam o povo se sentar, “em grupos de cinqüenta e cem”.
...............2 – Partilha: diante da fome, nossa tentação é mandar o povo embora, que se virem. É o “cada um por si e Deus por todos”. Jesus tem outra preocupação: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. E a partir do que se tem, realiza-se a partilha, a solidariedade. E o Evangelho nos ensina que, sempre que se reparte, não falta, mas sobra. Por isso, as primeiras comunidades nos ensinam que quem participa de uma comunidade, não passa necessidades.
...............3 – Evitar o desperdício: Jesus manda recolher o que sobrou, para que nada se perca. Hoje, em nossa sociedade, se fala muito em reduzir o consumo, reutilizar antes de jogar fora e reciclar. Colocando em prática a regra dos 3 Rs com certeza estaremos colaborando na missão de salvar o planeta.

............Como vemos, ecologia tem tudo a ver com a missão... Ou melhor, ecologia faz parte da missão.



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terça-feira, 21 de julho de 2009

São Cristóvão






......São Cristóvão é do terceiro século. Foi martirizado por volta do não 250. É um santo muito venerado em toda a parte, em todos os países da Europa e também no Brasil. Existem muitas igrejas e paróquias dedicadas a este santo. Não obstante esta popularidade, que acompanha a figura de São Cristóvão, bem pouco se sabe de sua vida.
............O que se sabe com certeza é que Cristóvão foi um homem de estatura extraordinariamente alta, de uma força hercúlea. Uma vez convertido à religião de Cristo, se fez apóstolo de Cristo na Lícia, onde, sob o governo do imperador Décio sofreu o martírio por causa de sua fé. De certo modo, historicamente, é isso que se sabe.
............O restante é tradição, é estória. Mas estória muito edificante, que vale a pena ser conhecida e divulgada.
Recebeu o nome de Cristóvão depois de sua conversão. E Cristóvão quer dizer carregador, o portador de Cristo, aquele que transporta Cristo.
............Era uma pessoa de muita força física, um verdadeiro Golias. Guerreiro por natureza e profissão, era temido por todos e a fama que a seu respeito se espalhara era de ser ele um indivíduo indomável e invencível. Sua presença era garantia de vitória para o exército de que se tivesse feito soldado. Todos queriam tê-lo no seu lado, no seu exército. Por sua vez, cansado de servir e beneficiar os caprichos, ora de um, ora de outro magnata, pôs-se a caminho em procura do mais poderoso, por todos como tal considerado e temido, de um monarca afinal, de quem o medo fosse coisa desconhecida.
...........Entre todos os governantes, entre todos os guerreiros, por mais corajosos que se mostrassem, não encontrou um que não se acovardasse diante de Satanás, e ao ouvirem pronunciar este nome, todos se dobravam.
............Mas descobriu que diante da Cruz, todos se dobravam. Ninguém, nem Satanás, queria se encontrar com o sinal da salvação. Vendo isto, Cristóvão não se conteve, e sem mais nem menos, se demitiu e foi à procura do rei em cujas armas figurasse o sinal da cruz.
A um eremita se dirigiu, e este lhe deu o conselho de se entregar a Jesus Cristo. – “De que maneira hei de servir a esse Senhor?”, perguntou ao eremita. A resposta foi: - “Jejuando, rezando e meditando!” O gigante respondeu: - “Jejuar não aguento, para rezar e meditar não tenho jeito.” – “Pois bem, replicou o eremita, pratica então o bem, pratica a justiça, ajude aos pobres, aos mais necessitados. Veja, aqui perto passa o rio. Não há ponte e muita gente morre afogada quando tentam atravessar a água que é funda. Oferece os teus serviços a essa pobre gente; leve as pessoas, transportando-as para o outro lado. Terás as orações dos beneficiados e a bênção de Deus em paga do teu trabalho!”
.............Cristóvão imediatamente depôs as armas e entrou no serviço da caridade, atendendo os viajantes, quer de dia, quer de noite.
............Aconteceu que certa noite ouvisse a voz de um menino chamando. Era uma linda criança a pedir-lhe o favor de a transportar para o outro lado do rio. Sem mais demora, o gigante ajeitou o menino sobre os ombros e entrou com ele na água. Dados alguns passos, o carregador com espanto via o rio crescendo assustadoramente, e não só isso: o menino, que seus ombros sustentavam, e que a princípio parecia leve como uma pena, tornou-se-lhe pesado; tão pesado que a muito custo conseguiu chegar à outra banda do rio.
............Todo assustado, perguntou ao menino: - “Que coisa é essa? Parecia-me carregar o peso do mundo inteiro!” Sorridente, o menino lhe respondeu: - “Muito mais que o mundo inteiro! Tu carregaste não o mundo, mas o Criador do mundo, o Criador do céu e da terra. .............Fizeste uma obra de misericórdia e misericórdia achaste. Teus pecados te são perdoados. Doravante serás meu apóstolo. E teu nome será Cristóvão, que significa: aquele que carrega Cristo!”
.............Por causa de sua fé, Cristóvão recebeu, como muitos outros cristãos, uma enorme perseguição. Como permanecesse firme na fé e na prática da justiça e na busca da verdade, foi torturado barbaramente, até que foi decapitado. Foi mais um que deu sua vida por causa de sua fé!
.............São Cristóvão é para nós o exemplo de alguém que serviu totalmente aos outros, porque via neles o próximo, o irmão que precisava de ajuda. Porque via no outro a imagem de Cristo. É exemplo para nos de alguém que praticou a justiça, a caridade e que sempre buscou a verdade, até encontrá-la no serviço aos outros. São Cristóvão é considerado o padroeiro dos motoristas porque estes também têm a missão de carregarem, em seus carros, pessoas, irmãos e irmãs nossos, que merecem respeito, que têm dignidade, que são imagem e semelhança de Deus. Que cada motorista, espelhado no exemplo de seu padroeiro, seja um portador de Cristo. Que cada motorista seja o exemplo de pessoa que busca a verdade, que pratica a justiça, que se deixe guiar pela graça e pela força do Espírito de Deus.




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domingo, 19 de julho de 2009

Hino do Sesquicentenário da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio

Letra: Zairy Gularte Vian
Música: Sueli Schultz Fortes


Povo, Leigos, e Religiosos
unidos em oração
construíram a Paróquia
em anos de doação
invocando Nossa Senhora do Patrocínio
em fiel consagração
irmanando em dom Pedrito
cristãos fortes e benditos.

Em muitos anos a Paróquia acolheu
os sacerdotes peregrinos
pastores em procissão
Oblatos, Freis Capuchinhos
Diocesanos em Missão
proclamando o evangelho
trazendo fé e alento
mensageiros da Evangelização.

Ó jubilosa Paróquia
relíquia da fé cristã
és imortal sacrário
em teu sesquicentenário
tens o passado de glória
e o teu futuro bendito
no amor a fortaleza
a abençoar dom Pedrito.

E cada comunidade
que semeaste neste chão
é um raio de Sol pungente
de paz, justiça e perdão
que na partilha do pão
imortal Eucaristia
recebem do Criador
as bênçãos que irradiam.

.......Legado imortal de Deus
.......em teu sesquicentenário
.......és, Paróquia, o relicário
.......que recebemos do Amor
.......das mãos do Criador
.......nas preces dos filhos teus.
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terça-feira, 23 de junho de 2009

- Semana do Migrante

De 14 a 21 de junho de 2009, a Igreja no Brasil promove a “Semana do Migrante”. Sua intenção é incentivar ações em favor dos migrantes, e chamar a atenção para a realidade das migrações, com as advertências que trazem.
O tema da Semana costuma incidir a mensagem da Campanha da Fraternidade sobre o fenômeno migratório. Daí a formulação deste ano: Existe justiça para todos?
O tema da Campanha da Fraternidade adverte que a paz é fruto da justiça. Ficando claro que a justiça é condição prévia para a paz, a Semana do Migrante vai direto ao assunto, e pergunta pela justiça, não só para alguns, mas para todos.
Os migrantes procuram sua sobrevivência. Aí reside todo o respaldo jurídico que precisa orientar o equacionamento dos complexos problemas suscitados pelo fenômeno migratório, que assume hoje feições globais.
E’ a sobrevivência que motiva os cortadores de cana a saírem de suas comunidades, no Nordeste ou em Minas, para virem ao Estado de S. Paulo enfrentar as duras condições de trabalho que os aguarda.
E’ também a sobrevivência que leva hoje muitas pessoas a procurar os países do norte. Só nos Estados Unidos se calcula que sejam doze milhões, número difícil de precisar, pois a ilegalidade muitas vezes impede os imigrantes até de constar oficialmente das estatísticas.
A Europa Ocidental, que por tradição sempre foi ponto de partida de grandes levas migratórias, está fechando cada vez mais suas fronteiras, na tentativa de impedir a entrada de imigrantes que forçam a barra de todos os lados, vindos especialmente da África, da América Latina e do Oriente Médio.
Para dar-nos conta da dureza deste dispositivo legal, basta conferir alguns dos seus tópicos. Por esta lei, os governos poderão efetuar a detenção, até por 18 meses, dos imigrantes não regularizados; a detenção de menores, ainda que por um período "tão breve quanto possível", à revelia de todos os direitos de proteção da criança; e a proibição dos imigrantes expulsos de regressarem à Europa, num prazo de cinco anos.
O endurecimento legal revela teimosia em não enfrentar as causas das migrações. E faz pressentir enfrentamentos maiores, que apontam para a necessidade de reformulação mais profunda no convívio da humanidade.
Nesta perspectiva, a Semana do Migrante deste ano, celebrada em plena eclosão da crise de alimentos, e no contexto de impasses na economia mundial, nos ajuda a perceber a urgência de reencontrar o equilíbrio e o bom senso. Para olharmos juntos o planeta terra e fazer dele não um território de disputa predatória dos seus recursos, mas de otimização das condições de vida da humanidade, junto com a preservação da vida da própria terra.
Em relação à Diocese de Bagé, a realidade migratória vai tomando rosto bem definido com a saída de muita gente, especialmente para a região de Caxias do Sul... Nos últimos anos, segundo dados do IBGE, 5% da migrou, ou seja, a diocese tinha uma população de 290 mil e baixou para pouco mais de 270 mil...
Dom Gilio Felicio, bispo de Bagé, afirmou durante a 5.ª Assembléia Regional da Ação Evangelizadora no Rio Grande do Sul, realizado de 6 a 8 de junho em Porto Alegre, “que em Caxias do Sul residiriam 69 mil pessoas oriundas de sua diocese”. Para quem vai a Caxias do Sul, a Igreja Católica oferece um interessante serviço, pelas irmãs scalabrinianas, através do Centro de Atendimento ao Migrante, iniciado em 1980 no bairro Desvio Rizzo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

- Os defeitos de Jesus


Um grande Cardeal vietnamita, que ficou muitos anos preso e morreu com fama de santidade, François Van Thuan, escreveu um livro narrando sua experiência e seu itinerário espiritual. Ele fala entusiasmado de Jesus Cristo e relata que o Mestre também teve alguns “defeitos”...

No dia 24 de maio último, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, foi ordenado bispo daquela Diocese o padre gaúcho, de Fontana Freda, Jaguari, Edson Taschetto Damian. Na homilia, o bispo chinês-salesiano, D. José Song Sui Wan, fez a retomada deste caminho.

O primeiro defeito de Jesus é a sua memória fraca. Quando Ele perdoa alguém, imediatamente Ele esquece. Assim acontece com Madalena, Zaqueu e o Bom Ladrão. Lembre-se, Dom Edson, o bispo bom tem que ter memória fraca, esquecer logo aqueles que o ofendem.
O segundo defeito de Jesus é que Ele não sabe matemática. Veja na parábola do Bom Pastor, Ele perde uma ovelha e abandona as noventa e nove. Para Jesus um é igual a noventa e nove. A qualidade é mais importante do que a quantidade.
O terceiro defeito: Jesus não entende de lógica. Uma mulher perde uma moeda em sua casa. Acende a lâmpada e começa a procurar. E quando encontra a moeda perdida, acorda as vizinhas para festejar. O comportamento de Jesus, às vezes, não é lógico. Por que tinha que procurar a moeda naquela noite? Por que tinha que as vizinhas em altas horas? Por que gastar em festa mais do que uma moeda?
O quarto defeito: Jesus faz um péssimo marketing. Lembra-se das promessas de Jesus? Ele não promete ouro nem prata, mas adverte: “quem quer me seguir, tem que abandonar tudo, tomar a sua cruz e me seguir”.
O quinto defeito: Jesus não sabe economia nem finanças. Porque Ele procura trabalhadores às nove horas da manhã. Ao meio dia e às três da tarde e lhes paga o mesmo salário.
O sexto defeito: Jesus é amigo dos pecadores. Ele anda com má companhia. Não escolhe amigos, ele é amigo de todos, especialmente os pobres, carentes, jovens e idosos.
O sétimo defeito: Jesus gosta de comer e beber. Por isso o povo o acusa de comilão e beberrão. Cuida de sua saúde.
O oitavo defeito: Jesus parece um homem maluco. Com uma túnica branca ele foi ridicularizado. E o soldado romano o desafiou: “Se você é Deus, desça da cruz e salve-se a si mesmo”. O discípulo e missionário comete loucuras de amor.
O nono defeito: Jesus é um mau professor, que desde o começo, mostra o resultado da prova. Porque Ele revelou, no primeiro dia, que todos seriam julgados pelo amor.
O décimo defeito: Jesus é um líder ingênuo. Ele confia demais. Os apóstolos que ele chamou eram quase todos iletrados. Recorde a história: Abraão era um velho sem filhos; Moisés não sabia falar; Paulo era cabeçudo; e Ele continua cometendo os mesmos erros.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

No último domingo (31/5) celebramos Pentecostes. Junto com a Páscoa, é uma das datas fundantes da Igreja. A Igreja que nasce na Ressurreição e no Pentecostes, animada pelo Espírito Santo olhou para Moçambique, com seu Projeto de Igrejas Solidárias.
Mas quero pedir que olhemos com carinho para a Amazônia. Dom Roque Paloschi, bispo de Roraima, esteve entre nós no mês de maio, após a Assembléia de Itaici. Está angustiado com a situação da missão do Xitei, entre os povos Yanomani. As irmãs que lá estão sairam e deixaram o projeto. A ausência de uma comunidade de Igreja, lá, neste momento, seria um desastre, como mostram os anexos.
Como seria bom se tivéssemos uma Congregação Religiosa que pudesse assumir este trabalho. Peço a você, que interceda junto à sua congregação, ou envie a quem ajudar possa, para que entre em contato com Dom Roque, conforme endereços no anexo.


Que o Espírito Santo sopre e renove nossa Igreja, para que volte às fontes das missões.
Abraços solidários e fraternos.
Pe. Alex

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Diocese de Roraima- Pastoral Indigenista
Proposta para a Missão no Xitei- Povo Yanomami
Boa Vista- Roraima/2009
“Compreendeis o que acabo de fazer? Se eu, o Senhor e mestre vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros (Cf. Jo 13,12-14,)


A Pastoral Indigenista da Diocese de Roraima, desde muito tempo vem se dedicando profeticamente a luta pela vida e promoção dos povos indígenas, com a presença de diversas congregações religiosas, institutos, CIMI.
A história da Igreja em Roraima junto aos povos indígenas passou pela presença de missionários (as) da ordem Carmelita, Beneditinos, Missionários da Consolata até 1980, quando outras forças começaram a somar. Com os povos Yanomami a Igreja de Roraima, começa um trabalho de primeiros contatos na década de 50, com os Missionários da Consolata e nos anos 80 com a presença das Irmãs Missionárias da Consolata presente até hoje.
Os povos indígenas de Roraima têm uma população de 46.780 mil indígenas, com as etnias, Makuxi, Wapichana, Patamona, Taurepang, Sapará, Ingarikó, Wai-Wai, Waimiri- Atroari, Yanomami, Y’ekuana.
A atuação da Igreja de Roraima esteve diretamente voltada no combate contra o genocídio, violação dos seus direitos, massacre dos povos indígenas devido às políticas governamentais, implantadas através de projetos desenvolvimentistas, que afetaram profundamente a vida e a cultura destes povos.
Esta proposta quer ser antes de tudo, um apelo da Igreja para Igreja, para somar forças e continuar sendo uma presença solidária, fraterna entre o povo Yanomami que tanto nos tem ensinado e nos convertido para sermos testemunhas do Deus da vida e de seu projeto de Reino definitivo que é construído pela justiça e paz.

UM POUCO DA HISTORIA
Os primeiros contatos






Os primeiros contatos esporádicos com o povo Yanomami remetem ao final de 1700, mas somente em meados de 1900 se instalaram no meio deles as primeiras missões. Até o fim do século XIX, portanto, os Yanomami mantinham contato apenas com alguns grupos indígenas vizinhos.
No Brasil, os primeiros encontros diretos de grupos Yanomami com representantes da fronteira extrativista (balateiros, piaçabeiros, caçadores), bem como com soldados da Comissão de Limites e funcionários do SPI ou viajantes estrangeiros, ocorreram nas décadas de 1910 a 1940.
Em Roraima, o impacto provocado pela ‘corrida do ouro’ ocorrida durante as décadas de 80 e 90 do século passado, e as denúncias veiculadas dentro e fora do país sobre o quadro sanitário e a epidemia de malária que se alastrava pela Área Yanomami e colocava em risco a sobrevivência dessa etnia. Nesse período os cuidados com a saúde dos Yanomami passaram da responsabilidade da FUNAI, para o Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional da Saúde. Culminaram na criação em 1991 do Distrito Sanitário Yanomami - DSY
No sentido de ajudar a resolver as questões sanitárias, a Diocese se envolveu e assinou em 17 de fevereiro de 2001 um convênio com a FUNASA para dar assistência a cerca de 2000 Yanomami, nas regiões de Catrimani, Baixo Catrimani, Ajarani e Xitei. Está ficando sempre mais difícil segurar a situação, apesar de ter conseguido até agora manter um nível de assistência que permitiu um forte aumento populacional e uma cobertura vacinal invejável, a situação atual faz prever a possibilidade de mais uma tragédia para o povo Yanomami.
Com esse novo quadro de política de atendimento a saúde indígena Yanomami, houve melhoras sensíveis, até que nos últimos dois anos, a corrupção instalada no órgão da FUNASA não conseguiu nestes últimos 02 anos cumprir com os compromissos do contrato assumido com a Diocese.


A primeira missão estável, em Roraima, no meio deste povo de “pouco contato” é Catrimani, com os Missionários da Consolata em 1965. Estamos em pleno Concilio Vaticano II, tempos de grandes mudanças para a Igreja. No nível eclesial latino-americano os “ventos novos” se refletem nas Conferências de Medellín, Puebla.
De modo específico, nos encontros entre missionários e antropólogos (Barbados, 1971), à luz do Concílio e das novas perspectivas teológicas, avalia-se o trabalho missionário entre os povos indígenas. Reconhecem-se os erros cometidos e apontam-se as novas “trilhas” missionárias a percorrer junto a estes povos: encarnação, inserção, presença gratuita e solidária, interculturação e aprendizado da língua, diálogo intercultural e diálogo inter-religioso.
É nesta perspectiva teológica e missionária que viemos trabalhando e queremos continuar no Xitei junto a nossos irmãos Yanomami para, com eles, continuarmos aprofundando a busca do Mistério de Deus.


Para maiores informações:
Dom Roque Paloschi

E-mail: domroque@gmail.com
Telefone: 0 xx 95 3224-3741/9114-7617


Coordenação da Pastoral Indigenista
Responsável: Ir. Carlos Zacquini- IMC
E-mail: czac@tiscali.it.carlo.zac@uol.com. br
Fone: 0xx 95 3224-4109/9114-0249


Equipe de elaboração
Ir. Eugênia- Providência de Gap
Luciana Pires- Coordenadora Técnica Convênio Diocese/FUNASA
Ir. Carlos Zacquini- IMC - Pastoral Indigenista
Gilmara Fernandes- CIMI
Pe. Fernando Lopez, SJ/ Equipe Itinerante

Colaboradores:

Ir. Arizete Miranda CSA-Equipe Itinerante

Pe. Laurindo Lazaretti- IMC

Ir. Graça Gomes- Catequista Franciscana/ Equipe Itinerante

terça-feira, 26 de maio de 2009

- Pela unidades dos Cristãos


“Se caminhar é preciso, caminharemos unidos,
E nossos pés, nossos braços,
sustentando nossos passos,
Não mais seremos a massa,
sem vez, sem voz, sem história
Mas uma Igreja que vai em esperança solidária.”


A semana que vai da Ascensão de Jesus aos Céus até o Pentecostes, é, no Brasil, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano de 24 a 31 de maio.
É um tempo de crescimento, de partilha e de testemunho através da oração. Em sua persistente missão de acolher e de partilhar, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) lidera esse tempo.
Vivemos num tempo que é necessário a busca da paz. E a paz exige que nos desarmemos. Também desarmar os espíritos. E quando sentamos juntos para orar, nos desarmamos.
Vivemos num tempo em que é preciso a tolerância, o respeito ao diferente. Estamos num mundo onde a diversidade é a o que nos separa ou nos une.
Não existe mais o pensamento único. Isto na religião, nas culturas, na política, na economia, no mercado de trabalho, nos esportes. Precisamos aprender a conviver com o diferente. Ver no diferente não uma pobreza ou limitação, mas sim uma riqueza. Somar e multiplicar, e não diminuir e dividir.

“Se caminhar é preciso, caminharemos unidos
E nossa fé será tanta que transporá as montanhas
Vamos abrindo fronteiras onde só havia barreiras
Pois somos povo que vai em esperança solidária.”


Este ano, o texto inspirador para a Semana de Oração encontra-se em Ezequiel, capítulo 37. O profeta e sacerdote vivia no tempo do rei Joaquim, que traiu a Aliança com Deus. O povo foi banido para a Babilônia. Mesmo no meio do sofrimento, Ezequiel não se desesperou, mas proclamou uma mensagem de esperança: o projeto original de Deus para a renovação e para a unidade de seu povo ainda poderia ser realizado.
Ezequiel foi encorajado nesse esforço por duas visões: a primeira era a visão do vale de ossos secos que, pela ação do Espírito de Deus, são restaurados, passam da morte à vida (Ez 37,1-14). A segunda visão é que serve de tema para a nossa Semana. Nela Ezequiel é chamado a usar dois pedaços de madeira, que Deus quer ver unidos, simbolizando os dois reinos em que Israel se dividira. Os nomes das tribos de cada reino dividido (duas das doze tribos originais no norte e dez no sul) são escritos sobre os pedaços de madeira.
Para Ezequiel, essa unidade não é simplesmente a união de grupos anteriormente divididos: é uma nova criação, o nascimento de um novo povo que seria um sinal de esperança para outros povos e até para toda a humanidade.

“Se caminhar é preciso, caminharemos unidos
E o reino de Deus teremos como horizonte de vida
Compartiremos as dores,
os sofrimentos e as penas
Levando a força do amor em esperança solidária.!

Em Dom Pedrito, faremos um momento comum de oração nesta sexta-feira, dia 29, às 19 horas, na Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. “Unidos na tua mão” é o lema que nos motiva, o que nos pode trazer uma consciência mais profunda de como a unidade da Igreja está a serviço da renovação da comunidade humana.
Um forte abraço!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

- A violência continua...

Queremos a paz. Não queremos a violência. Queremos a fraternidade. Não queremos brigas e desentendimentos. Mas a violência está aí. Continua marcando nossas vidas, nosso município, que quer ser a Capital da Paz. Mas ainda não é Capital de Paz...
Para compreender a violência nas suas dimensões, é importante não reduzi-la à criminalidade. Violência, com efeito, é tudo o que fere ou esmaga a dignidade de qualquer pessoa humana. Violência são todas as formas de violação do corpo, da consciência e da vida: todos as formas de violação dos direitos humanos. Percebe-se, por isso, que existem várias formas de violência. Por isso até é melhor falar de violências. No plural.

Violência divulgada

A primeira forma poderia denominar-se de violência noticiada, divulgada e transmitida ruidosamente pelos meios de comunicação social. As noticias informam sobre o aumento dos conflitos; sobre o aumento das taxas de criminalidade, incluindo homicídios, assaltos, roubos e seqüestros; sobre o aumento dos crimes perpetrados por menores e dos crimes relacionados com o uso e tráfico de drogas.
A nota de crueldade de que se revestem tantos crimes, como os estupros, as trucidações e linchamentos, fere a sensibilidade social. O desrespeito à vida leva ao ponto de matar por matar, ou então, porque a vítima não tem dinheiro para resgatar-se do assaltante.
“O sociólogo Johan Galtung é conhecido por ter estabelecido, no contexto das relações internacionais, a distinção entre “jornalismo pacífico” e “jornalismo de guerra”. No primeiro caso, trata-se de uma forma de jornalismo que aborda o conflito de modo a estimular a “análise conflitual”, a pesquisa de suas causas estruturais e a resposta não-violenta ao mesmo.
O segundo, tradicional, toma o conflito em si mesmo, como algo dado. Depreende-se daí que os meios de comunicação tanto podem contribuir para a redução como para o aumento da violência. Contribuem para o aumento quando repassam valores que fundamentam uma sociedade violenta ou quando apelam para o sensacionalismo, como acontece com alguns apresentadores que fazem dessa prática a sua grande arma para atingir o público. Existem, programas, tanto para adultos como para o público infantil, que favorecem a disseminação de uma mentalidade violenta. Além disso, os meios de comunicação social propagam a liberdade sexual exacerbada, que cria bases para o relativismo moral e abre caminho para diversificadas formas de violência.” (Texto-base CF-2009, n.107).
É o caso dos games e videogames... Hoje, os jogos estão cada vez mais violentos. E na medida em que nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos têm acesso a este tipo de jogos, acabam se acostumando com a violência. Matar, morrer, agredir, transgredir, não respeitar limites e regras... Tudo isso por no mundo virtual. E, às vezes, a fronteira entre o mundo virtual e o mundo real está muito próxima... É só uma linha imaginária...
A Campanha da Fraternidade deste ano nos fala que a mudança social passa necessariamente pelo caminho da educação. É preciso conscientizar as famílias sobre a necessidade de assumirem o papel da educação dos filhos na cultura da paz, a partir dos valores do Reino de Deus.