Este espaço contém reflexões que gerem esperança. Humanizar relações
e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

As escolhas da vida

A nossa vida depende muito das escolhas que fizermos. Nem sempre é fácil escolher quando nos deparamos, nas estradas da vida, com muitas encruzilhadas. Devemos escolher uma estrada e deixar outra. Ou outras...
Nestes momentos é importante o testemunho seguro de alguém que sabe o que quer. Lembro ter escutado uma entrevista com uma artista da televisão, onde ela afirmava: “eu sou católica, batizei minha filha na Igreja, mas quando ela crescer, ela irá escolher a sua religião”. Certo ou errado? Será que essa mãe deixará a filha crescer para ver se ela quer comer e estudar?
Todos os dias somos desafiados a construir a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda... E todos os dias somos convidados por Jesus a nossa existência sobre valores do amor, do serviço, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho... Há momentos em que devemos fazer também a nossa escolha. As Sagradas Escrituras usam muito a pedagogia dos dois caminhos. O primeiro Salmo da Bíblia fala disso, Jeremias e Jesus no Evangelho igualmente.
Cristão é aquele que escolhe Cristo e seu projeto de vida. E o segue! Para isso deve ser educado no pensamento de Cristo, ver a história como Ele, julgar a vida como Ele, escolher e amar como Ele, esperar como Ele ensina, viver nEle a comunhão com o Pai e o Espírito Santo.
Na vida cristã, o que importa é a decisão firme, perseverante, por esta causa e por este caminho. Escolha que nem sempre traz facilidades e popularidade. Não podemos “arregar” de seguir o evangelho e aceitar suas exigências. Seguir por este caminho é uma opção (escolha) nossa. E quem põe a mão no arado, não pode olhar para trás. Deve seguir em frente, com firmeza e coragem!



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A espiritualidade em nossa vida



Um dia, durante um retiro, o assessor disse para nós: “Quem não reza, vira bicho! Pode ser jovem ou adulto, padre ou religiosa, leigo ou consagrado!” Nunca mais me esqueci disso. E sempre repito esta frase quando quero falar de oração e de espiritualidade.
Na vida e na correria da mesma, existe o perigo do ativismo, do corre-corre, às vezes até porque a necessidade nos obriga a isso. E como ninguém pode dar o que não tem, é preciso sempre buscar de novo, reabastecer-se de novo. É preciso fortalecer o que se enfraqueceu, encher o que se esvaziou.
Nossas atividades, mesmo intensas, não podem prejudicar ou negar a nossa vida espiritual. O que prejudica é o comodismo, ou um dos sete pecados capitais = a preguiça. Nossa vida deve ser organizada de maneira tal que tenhamos tempo para tudo. Também para nos abastecer.
Um dos graves problemas de nossa vida, também da espiritualidade, é a superficialidade, o ficar só na casa, na superfície e não mergulhar, “de corpo e alma”, na vida. As atividades, a família, até mesmo o lazer, não nos devem empobrecer ou prejudicar espiritualmente, mas animar e revigorar.
Na literatura mística se diz que é preciso ver o Senhor tanto no trabalho e na profissão quanto na oração e no recolhimento. E isso nos dá um rumo na vida, nos faz ver com outros olhos (os olhos da fé), nos faz encarar a vida e as situações que ela nos apresenta de outro modo.
Uma pessoa que reza e que abastece sua fé é uma pessoa bem espiritualizada e bem resolvida, que transpira Deus, e não só fala de Deus. Rezar e trabalhar pode ser sempre a mesma repetição de atos, fatos, palavras e ritos. Mas ser fizermos isso com o objetivo de servir o Senhor, doarmo-nos ao Senhor, então será sempre prazeroso de novo.
É preciso refazer, diuturnamente, nossa vida e nossas opções. Só assim serviremos com alegria e viveremos felizes.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Semana da Família

Semana da Família

Estamos vivendo a Semana da Família, em todo o Brasil. “A família sempre foi, é, e continuará sendo o principal núcleo afetivo de qualquer ser humano”, diz o escritor Içami Tiba. Nela constroem-se valores, experimenta-se o amor sem medida. Nada e ninguém vão substituir a família. Só a família pode ocupar o seu espaço e o seu papel.
A família é a primeira e fundamental expressão da natureza social do ser humano, realmente uma comunidade de pessoas, para quem o modo próprio de existir e viver é a comunhão de pessoas.
Qual o modelo ideal de família? A sociedade mudou muito. O mundo está em crise, que atinge todos os setores: religiões, política, partidos, educação, sindicatos e, naturalmente, também a família. As próprias novelas revelam isso, nas “avenidas brasis” da vida... Ali se escancaram modelos de família que não se devem imitar.
Vivemos num modelo de sociedade onde o consumo é hiper-incentivado. Para quê? Para gerar renda, para trocar... É a sociedade do descartável: estragou? Joga-se fora e troca-se por outro novo. Isso se reflete também nas relações humanas.
Outro dia circulou no Facebook uma charge que mostrava um casal completando sessenta e cinco anos de casados. E os netos, admirados, perguntavam: - Como é que vocês conseguiram esta proeza? E eles responderam: - Somos do tempo em que, quando alguma coisa estragava, a gente consertava...
Precisamos valorizar a família, espiritualizá-la, cultivar os seus valores. Precisamos ter mais tempo para estar com: com os filhos, com os pais, com o seu cônjuge. Que tenhamos tempo para conversar, brincar, rezar. E lembremos: se a família vai bem, o mundo irá bem e tudo será melhor.

Motoristas, agricultores e avós

Esta semana nosso olhar quer se voltar para três classes de pessoas importantes em nossa sociedade e família.
Nesta quarta-feira, dia 25, comemoramos a festa de São Cristóvão, escolhido como padroeiro dos motoristas e protetor daqueles que estão no volante. Nosso olhar lembra a necessidade da prudência nas estradas. Só neste último final de semana mais de vinte pessoas morreram em acidentes automobilísticos. Sabemos que a maioria deles é ou por imprudência no volante ou por problemas de álcool e drogas. Portanto, passíveis de serem evitados. Por outro lado, louvamos por tantos e tantas que, no volante e no trânsito, são cuidadosos e responsáveis, que, felizmente, são a maioria.
Como filho de imigrante alemão, quero lembrar e parabenizar todos os imigrantes e agricultores. No dia 25 de julho de 1825, chegaram a São Leopoldo os primeiro colonos alemães, que vinham ao país para gradativamente ir substituindo a mão de obra escrava e produzir alimentos. Foram milhares de famílias que aqui chegaram. Primeiro os alemães. A partir de 1875 foram os italianos, depois os poloneses, ucranianos, franceses, japoneses e muitas outras etnias. É preciso lembrar e valorizar esta gente que forjou nosso estado como um dos mais desenvolvidos do País. Lembrar da importância do trabalho dos que vivem ou trabalham na produção de alimentos. Sempre lembro de uma frase que li e ouvi numa manifestação de agricultores por melhores condições: “Se o colono não planta, o homem da cidade não janta!”
E o nosso olhar se volta, com carinho e respeito aos nossos avós. Dia 25 de julho é o dia de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, avós de Jesus. Dizem que ser avô e avó é ser pai e mãe com açúcar. Verdade, pois eles têm a experiência da vida, a juventude acumulada, o tempo disponível que não tiveram quando tinham seus filhos e que agora têm.
Parabéns! Muitas bênçãos! Que Deus abençoe a todos e a todas!

Reflexões invernais

O tempo do inverno é tempo de mais recolhimento. Ficamos mais em casa, em volta do aconchego de uma lareira, junto da família, nos expondo menos ao rigor do frio. Por isso, é tempo de conviver mais com a família, ler mais, conversar mais, refletir mais.
A vida é bela, pois ela é dom de Deus. Mas é bom lembrarmos que devemos cuidar bem dela, pois ela é apenas emprestada. E tudo o que é emprestado, um dia devemos devolver e prestar contas.
Ouvimos muito nestes tempos que devemos ser pessoas do bem, que devemos “dar o melhor de nós”. Verdade! Mas sabemos que tem muita gente boa neste mundo. Muito mais gente boa que gente má. Mas não basta ser bom. É preciso fazer o bem! Conhecemos pessoas que nunca fizeram nenhum mal a ninguém. Mas também nunca fizeram nenhum bem a ninguém. Ser bom é apenas um lado da moeda. A outra face é fazer o bem.
Isso exige sairmos de dentro de nós mesmos, de nossa acomodação, incomodar-se, desacomodar-se. Isso mesmo, fazer o bem requer doação, entrega, ir ao encontro do outrem, desinstalar-se.
A Bíblia nos fala que existe mais alegria em dar do que em receber. Só quem descobre esta verdade, quem faz esta experiência sabe o quanto isso é verdade. Felizes os que podem dar, felizes os que podem servir. Existe um lema, que é do escotismo, que diz que “quem não vive para servir, não serve para viver”.
Precisamos, todos, aprender a virtude da solidariedade, da doação, do dar sem esperar recompensa, do trabalho voluntário por amor, sem dor. Precisamos aprender que é dando que se recebe, perdoando que se é perdoado, consolando que se é consolado, morrendo que se vive para a vida eterna, como nos ensinou São Francisco de Assis.
Que este tempo invernal nos ajude a sermos mais humanos, mais solidários.

A fé

A fé é uma palavra tão pequena, mas que representa uma grandiosidade. O próprio Jesus nos fala que “se tiverdes uma fé comparável a um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Mova-te daqui para acolá, e ele há de mudar-se’. E nada vos será impossível” (Mt 17,20).
O recente lançamento do livro YOUCAT, o Catecismo da Igreja Católica explicado para os jovens, no número 21 fala da fé como conhecimento e confiança. Ela tem sete características:
· A fé é uma pura dádiva de Deus, que nós obtemos se intensamente a pedirmos.
· A fé é a força sobrenatural de que necessariamente precisamos para alcançar a salvação.
· A fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino.
· A fé é absolutamente segura porque Jesus o garante.
· A fé é incompleta enquanto não se tornar operante no amor.
· A fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em vivo intercâmbio.
· A fé permite-nos já a experiência do alegre antegozo do Céu.
Crer significa deixar-se conduzir por Deus, confiar Nele, entregar-se, com confiança, em suas mãos. Ou, como dizia o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein: “Crer num Deus significa compreender que não bastam os fatos do mundo. Crer num Deus significa que a vida tem um sentido.”.
A fé exige fazermos uma experiência de fé. Nosso Papa Bento XVI nos lembra de que “é importante aquilo que cremos, mas mais importante ainda é Aquele em quem cremos”.
A fé nos faz caminhar em direção ao infinito, construindo no aqui e agora a nossa história, como Abraão, o Pai da fé, que caminhou, mesmo não vendo tão claro. Esperou, mesmo contra toda desesperança.

As colunas da Igreja


Mês de junho é o mês em que comemoramos muitos santos populares, como João Batista, Antônio, Luiz Gonzaga, Pedro e Paulo. No Brasil inteiro são realizados os festejos juninos, em honra aos mesmos. No Norte e no Nordeste, a Semana de São João equivale à nossa Semana Farroupilha, com suas festas, danças, culinárias e tradições.
O que não podemos perder, porém, é a motivação que originaram estes festejos, ou seja, não podemos perder de vista o que estes homens de Deus e da Igreja representaram.
Esta semana – mais especificamente neste dia vinte e nove – comemoramos São Pedro e São Paulo. Pedro, desde o início, foi o líder de todos os apóstolos. Não é por acaso que, em todas as listas dos Doze Apóstolos, descritas pelos evangelistas, ele aparece sempre em primeiro lugar, para mostrar à Igreja Apostólica de sua primazia e liderança. Morreu crucificado em Roma de cabeça para baixo, a seu pedido, em sinal de humildade. Para os católicos, Pedro foi o primeiro papa.
Hoje em Roma existe uma grande Basílica de São Pedro do Vaticano, no local onde se deu o martírio do Apóstolo que é também o padroeiro dos pescadores.
Paulo era perseguidor dos cristãos e no caminho de Damasco ouviu uma voz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” E a partir daí mudou de vida e de nome, para mostrar sua mudança radical de vida. Escreveu catorze cartas, hoje inseridas na Sagrada Escritura do Novo Testamento. Dizia: “Pela graça de Deus, sou o que sou, mas a graça dele em mim não ficou estéril”.
Em Roma existe uma Basílica de São Paulo, chamada de “São Paulo Fora dos Muros”, porque foi construída fora dos muros da antiga Roma, local onde ele foi decapitado.
Ambos, Pedro e Paulo, morreram mártires no ano de 67. Ambos continuam sendo exemplos para nós, de serviço, amor a Cristo e à Igreja, dedicação e missionariedade.

Jornada Mundial da Juventude


Em 2014, o Brasil será sede da Copa do Mundo. Em 2016, das Olimpíadas. E já no ano que vem, de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro, a 13ª. Jornada Mundial da Juventude (JMJ), convocada pela Igreja Católica. Desde setembro do ano passado, já estão no Brasil, percorrendo todas as dioceses, os símbolos que acompanham a mesma, ou seja, a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora.
Foi criado igualmente uma logomarca para divulgar e caracterizar a JMJ no Brasil, que estamos divulgando na nossa coluna de hoje. Esta marca valoriza, em suas cores, a bandeira do Brasil e na simbologia a cidade do Rio de Janeiro, que sediará a mesma: Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Corcovado, praias, coração...
No mês de novembro o Rio Grande do Sul estará recebendo os símbolos e, de 8 a 10, a nossa Diocese de Bagé, que terá como cidades visitadas: Bagé, Dom Pedrito, Livramento e Rosário do Sul. Aqui em nossa cidade estará chegando dia 9 de novembro, pela parte da manhã.










Rio+20


Esta semana inicia, no Rio de Janeiro, a Rio+20, de 15 a 20 de junho, continuando as reflexões iniciadas em 1992, na Eco 92, quando aumentou no mundo todo a consciência ecológica e a nossa responsabilidade pelo futuro comum, da Terra e da Humanidade. Nestes últimos vinte anos cresceram as pesquisas científicas sobre as questões diretamente ligadas à Terra, vista com um sistema biofísico que regula tudo que acontece nela; estudaram-se detalhadamente os ecossistemas, a biodiversidade e questão do aquecimento global. Por fim, foram consagradas algumas expressões que se tornaram clássicas em toda discussão sobre o meio ambiente: o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e o PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO (se não temos certeza científica cós efeitos da intervenção humana na natureza, não nos é permitido agir).
Eco foi aprovada a Agenda 21, que representa um receituário minucioso de como se relacionar praticamente com a natureza para preservá-la e atender as demandas humanas.
A Declaração do Rio de Janeiro com seus vinte e cinco princípios, o documento mais importante da Eco 92, expressa que a “TERRA É NOSSO LAR”, o ser humano constitui a preocupação central de todo o desenvolvimento sustentável; este se destina principalmente a erradicar a pobreza, obriga a reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e de consumo; e, por fim, as responsabilidades face à preservação ambiental são comuns, embora diferenciadas.
Ao final da Eco 92, os movimentos sociais, que se reuniram paralelamente à Cúpula dos Povos, firmou um princípio que deveria ser norteador da Rio+20: “fazer do necessário o suficiente, e viver mais simplesmente, para que simplesmente todos possam viver”.
Cuidemos do nosso planeta – nosso lar -, para que tenhamos mais qualidade de vida.