Este espaço contém reflexões que gerem esperança. Humanizar relações
e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O presente de Deus que desprezamos

O mundo que temos não é nosso: somos apenas administradores. Ele é um presente que Deus nos deu, que devemos cuidar e não desprezar. Este o enfoque da Campanha Missionária, que retrata a preocupação com a preservação do meio ambiente, reforçando a discussão da Campanha da Fraternidade, cujo tema foi Fraternidade e Vida no Planeta. Como cristãos, nosso dever é procurar criar consciência ecológica, despertando amor à criação de Deus.
Nosso mundo moderno desvia o foco do principal compromisso com Deus, que é a preservação da vida como um todo. É espantoso acreditar que proclamamos amor para com Deus em alta voz, juramos fidelidade a Ele, mas nos deixamos levar pelo consumismo e pelo materialismo, pelo progresso a qualquer preço, que nos cegam e nos fazem escravos.
Nossa vida está sendo cada vez mais alienada pelo consumo descontrolado, não nos importamos com a origem dos produtos que adquirimos (se foram feitos a base de trabalho infantil ou escravo, ou se animais indefesos e em extinção foram mortos), nem com as consequências desta produção. Todo esse processo faz parte de uma mentalidade egoísta e consumista, onde temos a ilusão de que somos indivíduos isolados, podendo cometer erros sem que ninguém note, jogando a sujeira embaixo do tapete. Como consumidores, somos os maiores responsáveis pela instabilidade do planeta, mas sempre jogamos a culpa nas costas de quem produz, que também contribuem diretamente para esta catástrofe ambiental, porém, produzindo o que consumimos. Só há produção, se há consumo.
É fácil culpar alguém pela responsabilidade que cabe a cada um de nós. Consumimos produtos que ferem o coração do nosso planeta, e não nos damos conta da falta de responsabilidade social. Como podemos nos colocar a serviço do próximo, quando entramos em contradição ao consumir um produto prejudicial ao meio ambiente, e que afeta diretamente a todos nós? Como podemos dizer que amamos a Deus se não cuidamos do maior presente dado por Ele? Como podemos dizer que amamos uns aos outros, quando pensamos apenas em nós mesmos?
Pensemos nisso e sejamos capazes de mudar nossa mentalidade e nossas atitudes.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Missão na Ecologia

Estamos, neste mês de outubro, dedicado à reflexão sobre as Missões, voltando ao tema da Campanha da Fraternidade: o cuidado pela vida no planeta.
Cada vez mais nos damos conta que o mundo é a casa de todos e que cada um é responsável por esta casa. A própria palavra “ecologia” significa “arrumação da casa”. Missão na ecologia é “arrumação da casa para os filhos e filhas de Deus”.
A consciência de que o progresso deve ter limites aumenta cada vez mais entre nós, pois a natureza tem também seus recursos limitados e muitos não renováveis, como já nos alertava o Clube de Roma em 1972, quando publicou um estudo sobre os “Limites do Crescimento”. O padrão de consumo americano ou europeu não pode e não deve ser modelo para o mundo, que entraria em colapso se assim o fizesse.
Neste ano, alguns fatos trouxeram reflexões para nossas vidas. Lembro o movimento iniciado em Barcelona, na Espanha, chamado M-15 ou “os indignados”. A revolta em Londres, com quebra-quebra e saques. Ambos fizeram os analistas dizer que uma parcela da população mundial não está satisfeita com a maneira como estão tratando a economia, a política, a questão social. Em outras palavras: há todo um movimento, que já é mundial, de “indignação” de como estamos “arrumando a nossa casa”.
A cobiça humana e o progresso devem ter um limite. Não podemos só tirar os bens da natureza ou colocar o objetivo de uma nação no saque dos recursos naturais. As empresas não estão produzindo o petróleo, mas apenas extraindo reservas naturais que pertencem ao planeta. O mesmo se dá no caso da destruição florestal, da destruição da vida marítima, da poluição das águas... As empresas exploram sem produzir, apenas extraem. E isso que vem quase de graça, dá muito dinheiro. Há um imenso segmento da economia mundial que está baseado simplesmente em destruir as bases de sobrevivência do planeta, sobretudo das gerações futuras.