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Boa leitura!

terça-feira, 23 de junho de 2009

- Semana do Migrante

De 14 a 21 de junho de 2009, a Igreja no Brasil promove a “Semana do Migrante”. Sua intenção é incentivar ações em favor dos migrantes, e chamar a atenção para a realidade das migrações, com as advertências que trazem.
O tema da Semana costuma incidir a mensagem da Campanha da Fraternidade sobre o fenômeno migratório. Daí a formulação deste ano: Existe justiça para todos?
O tema da Campanha da Fraternidade adverte que a paz é fruto da justiça. Ficando claro que a justiça é condição prévia para a paz, a Semana do Migrante vai direto ao assunto, e pergunta pela justiça, não só para alguns, mas para todos.
Os migrantes procuram sua sobrevivência. Aí reside todo o respaldo jurídico que precisa orientar o equacionamento dos complexos problemas suscitados pelo fenômeno migratório, que assume hoje feições globais.
E’ a sobrevivência que motiva os cortadores de cana a saírem de suas comunidades, no Nordeste ou em Minas, para virem ao Estado de S. Paulo enfrentar as duras condições de trabalho que os aguarda.
E’ também a sobrevivência que leva hoje muitas pessoas a procurar os países do norte. Só nos Estados Unidos se calcula que sejam doze milhões, número difícil de precisar, pois a ilegalidade muitas vezes impede os imigrantes até de constar oficialmente das estatísticas.
A Europa Ocidental, que por tradição sempre foi ponto de partida de grandes levas migratórias, está fechando cada vez mais suas fronteiras, na tentativa de impedir a entrada de imigrantes que forçam a barra de todos os lados, vindos especialmente da África, da América Latina e do Oriente Médio.
Para dar-nos conta da dureza deste dispositivo legal, basta conferir alguns dos seus tópicos. Por esta lei, os governos poderão efetuar a detenção, até por 18 meses, dos imigrantes não regularizados; a detenção de menores, ainda que por um período "tão breve quanto possível", à revelia de todos os direitos de proteção da criança; e a proibição dos imigrantes expulsos de regressarem à Europa, num prazo de cinco anos.
O endurecimento legal revela teimosia em não enfrentar as causas das migrações. E faz pressentir enfrentamentos maiores, que apontam para a necessidade de reformulação mais profunda no convívio da humanidade.
Nesta perspectiva, a Semana do Migrante deste ano, celebrada em plena eclosão da crise de alimentos, e no contexto de impasses na economia mundial, nos ajuda a perceber a urgência de reencontrar o equilíbrio e o bom senso. Para olharmos juntos o planeta terra e fazer dele não um território de disputa predatória dos seus recursos, mas de otimização das condições de vida da humanidade, junto com a preservação da vida da própria terra.
Em relação à Diocese de Bagé, a realidade migratória vai tomando rosto bem definido com a saída de muita gente, especialmente para a região de Caxias do Sul... Nos últimos anos, segundo dados do IBGE, 5% da migrou, ou seja, a diocese tinha uma população de 290 mil e baixou para pouco mais de 270 mil...
Dom Gilio Felicio, bispo de Bagé, afirmou durante a 5.ª Assembléia Regional da Ação Evangelizadora no Rio Grande do Sul, realizado de 6 a 8 de junho em Porto Alegre, “que em Caxias do Sul residiriam 69 mil pessoas oriundas de sua diocese”. Para quem vai a Caxias do Sul, a Igreja Católica oferece um interessante serviço, pelas irmãs scalabrinianas, através do Centro de Atendimento ao Migrante, iniciado em 1980 no bairro Desvio Rizzo.

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