Este espaço contém reflexões que gerem esperança. Humanizar relações
e o cuidado com a vida são coisas de que o mundo precisa...
Boa leitura!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Igreja e a Revolução Farroupilha

            O movimento revolucionário que durou dez anos, no Rio Grande do Sul, chamado de Revolução Farroupilha, como na Revolução de Pernambuco, em 1817, a Confederação do Equador, em 1824, o Levante de Sorocaba, em 1842, boa parte do clero, identificado com as ideias de grandes setores da população, tomou parte relevante na insurreição gaúcha.
            Segundo o historiador Pe. Arlindo Rubert, a atuação de alguns padres foi decisiva. Era, aliás, uma constante tradição. Da invasão holandesa à inconfidência, contou-se sempre com a valiosa e positiva ação do clero. Naturalmente, os leigos católicos formavam o maior contingente em todas as insurreições políticas. Assim, grandes faixas da Igreja aderiram à revolução farroupilha e levaram adiante o movimento com decisão e tenacidade até os limites das possibilidades.
            Não se sabe com certeza quantos padres aderiram. Alguns ficaram fiéis ao Império e se ausentaram das paróquias no período que durou o movimento farrapo. Mas outros foram de fundamental importância, como o Pe. Juliano de Faria Lobato, primo-irmão de Bento Gonçalves.  Em 1835 é eleito deputado e 2º. Secretário do Conselho Geral da Província. Com o Pe. Chagas foi diretor e redator do jornal O Compilador.
            Ao lado do Pe. Juliano, temos o Pe. Hildebrando de Freitas Pedrosa, gaúcho, que nunca escondeu sua adesão ao novo estado de coisas. Ocupou cargos importantes. Quando era Vigário da Matriz de São Sebastião, em Bagé, em 1842, foi eleito deputado à Assembleia Geral Legislativa de Alegrete, terceira e última capital farrapa. Como era bom desenhista, foi o autor do brasão de armas da República Riograndense.
            Outro expoente foi o Pe. Francisco das Chagas Martins Avila e Sousa, gaúcho, inteligente e irrequieto. Em 1934 tomou assento como deputado da Assembleia Legislativa da Província. Assumiu a causa dos farrapos de corpo e alma. Foi perseguido pelos legalistas e chegou a ser o “Vigário Apostólico” da República, já que o nosso Estado não era ainda Diocese.

Nenhum comentário:

Postar um comentário